10/10/2009

Sobre o domingo passado

Entonces... Falando sobre o domingo passado, lado zen foi convidado para participar do omikoshi matsuri* do bairro dos amigos dele ( sim, por que do nosso bairro a gente nem sabe quando acontece (depois quando eu chamo meu bairro de interior o povo dá risada) e se existir é bem pequeno. Esse era maior por que o bairro é importante. Leia-se bairro onde impera la máfia japonesa). Na foto abaixo, lado zen de azul e amigos antes do bicho pegar.

Já na concetração, o movimento era tão grande quanto a espectativa dos debutantes.
O tiozinho do saquê andava no meio do povo preocupado em não deixar ninguém sóbrio, digo, desidratado, logo largou um fardo de latinha de cerveja pra nós (detalhe: isso era quase 10 horas da manhã).

Aliás, o véio era simpático, gente boa e tinha como acessório permanente uma gigante garrafa de saquê, que era prontamente substituída ao cada término da mesma. Essa caixinha de madeira na mãe dele na foto abaixo é o copo do saquê.

Logo na segunda parada, ele me faz tomar um gole de saquê na marra. Como manda quem pode e obedece quem tem juízo, molhei a boca com a bebida pra não fazer desfeita e ele ficou feliz e me deixou em paz. Depois fiquei sabendo que ele é um dos chefões da yakuza daquele bairro.
O omikochi vai parando na frente das casas das pessoas que contribuem financeiramente e nos estabelecimentos comerciais que contribuem com aperitivos e bebidas - cerveja, saquê, chá, suco - para todos os participantes.
Os homens carregam o dito e os outros moradores do bairro, esposas e crianças vão atrás.
O percurso é muito longo, com várias paradas para comer, beber e descansar.
Lembram da minha cara de panda albino? Caminhamos das 10 da manhã até quase 5 da tarde!!!! Nem quando eu ia em procissão da Santa Rita e da Nossa Senhora dos Navegantes eu caminhava tanto...
Nessa carro vai o taiko (esse que a mulher tá tocando) e as outros instrumentos menores que são tocados pelas crianças que vão dentro dele.

Esse é um dos nossos amigos numa das paradas para descanso. Dá pra notar a cara de "tô só o pó da rabiola" que ela tá?
E lado zen todo todo que nem criança quando vê novidade.


Esse tiozão não carregou nada, não falou nada, não bebeu nem comeu nada. Sempre com essa cara indecifrável. Dá pra sacar o que ele é né? Então, esse é dos grandes.

E, como atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu, atrás do omikochi vai a gente pra rir muito, tirar fotinhos, comer e beber de graça. Ô povinho festeiro esse aqui de casa......

Olha o vermelhão do rosto da pessoa....

* TECLA SAP:

" Omikoshi é um altar portável do xintoísmo muito utilizado em festivais de rua no Japão. Os carregadores do Omikoshi balançam-no, imitando as ondas do mar e freqüentemente gritando “washoi washoi”, para dar ritmo e força aos participantes. Sua primeira participação foi registrada no século VIII, na transferência da divindade do tempo de Hachiman, em Kyushu, para a província de Nara, onde deveria proteger a construção do Grande Buda, no Templo Todaiji. Dois séculos depois, a prática havia se tornado comum em Kyoto, onde o Omikoshi era carregado num festival realizado para apaziguar os espíritos maus que causavam epidemias. No Japão, diversos festivais são realizados tendo como atração principal o Omikoshi e como palco as ruas, que são ornamentadas, recebendo diversos quiosques de doces, salgados e de jogos típicos para crianças. Um Omikoshi pequeno pode ser carregado por dez pessoas, mas os maiores precisam de mais de 100 pessoas."

Miss Yang tá sempre pronta com disposição e amor no coração quando se trata de passeios, vida social e festividades japonesas.

Um comentário:

  1. É um mundo bem diferente, esse... em tudo. Fico pasmado com muitas coisas... e ocorre-me sempre a mesma pergunta.

    Como foi?
    Como foi quando aí chegaste?
    O que sentiste?
    Como "atacaste2 esse mundo?
    Como é que esse mundo te recebeu?

    Eu sei, são imensas perguntas...

    Muitos beijos
    Rolando

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