17/09/2008

O Pequeno Príncipe de Cada Um

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"

Essa famosa frase é de Antoine Saint Exupery, citada no maravilhoso livro O Pequeno Príncipe (que todo pai tem obrigação de oferecer para que seu filho leia desde a infância.)
Para quem não sabe, esse livro é o 2º mais traduzido no mundo, perdendo apenas para a Bíblia. E as histórias desse loirinho sonhador de cachecol vermelho encantam crianças e marmanjos desde 1943.
Prova disso sou eu, que ganhei o meu com 9 anos e quando fui ao Brasil não resisti e o trouxe comigo para o Japão

Voltando ao assunto, a citação acima deve fazer o pobre se revirar no caixão de desespero cada vez que uma moçoila com aparência de Barbie dos anos 90 a cita como o lema da sua vida em concursos non senses de beleza.

Eu no lugar dele, acrescentaria mais um desgosto à lista; o fato desta constatação ser tão óbvia que a faz passar despercebida em corações e mentes endurecidos do mundo moderno.

Se sabemos (e de um jeito ou de outro, todos sabemos) que temos uma responsabilidade em preservar e conservar sentimentos despertados em outrém, por que isso é tão difícil de ser posto em prática?
Algo que deveria ser inerente ao ser; como estimular a inteligência e cuidar do que é seu muitas vezes é suplantado pela praticidade do cotidiano, pela conveniência social ou por um dois outros motivos de menor relevância e maior conivência.

De uma certa forma, alguns se sentem aliviados ao colocar seus sentimentos em standby e deixá-los ali, num cantinho empoeirado qualquer do coração, ocupando o menor espaço possível para não atrapalhar o andamento de suas vidas ou para não causar trabalho e/ou desabores.

Não dedicar a menor atenção e zelo àquilo que cativamos pode causar a sensação de abandono, magoa e desesperança ao cativado e acredito que muitas vezes nem o próprio cativante tenha consciência do mal que proporciona.

Mas pensem bem, não é o máximo saber que alguém nos considera o máximo? Não é vital saber que alguém em algum lugar faria tudo para suprir o nosso nada?
E não é reconfortante saber que muitas vezes, mesmo não contribuindo em nada para isso, aquele sentimento bom ainda está ali, intocável, em inércia, esperando apenas um sinal para poder se manifestar?

Não importa nessas relações o papel desempenhado; se é de amizade, amor ou fraternidade. O que importa é sabermos lidar com a devoção saudável que outra pessoa nos nutre.

É saber retribuir com pelo menos um pouco o que nos é oferecido de maneira expontânea.

É saber que mesmo que esse asteróide exploda, somo especiais na vida de alguém e que em algum momento fizemos a diferença na vida dessa pessoa.

Por isso concordo com o Antoine e convoco a todos para se juntarem ao Vianna, quando diz:
"Cuide bem do seu amor, seja quem for."

Pode até parecer uma letra de música, mas é poesia pura e um chamado contemporâneo para a reflexão e entendimento do pensamento de Exupery. Por que, como ele mesmo diria...

"O essencial é invisível para os olhos"
...

Um comentário:

  1. Meu livro de cabeceira,hehehe...
    Já li tantas vezes,mas sempre me leio outra vez me surpreendo com algum trecho que antes me passou despercebido.
    Amore,tu sabes que és essencial p/ mim...não importa a distância,não importa quantos meses fique sem te ver...tu estais sempre aqui,no meu kokoro!!!!

    ResponderExcluir

Que bom te ver por aqui! Que tal me deixar feliz com um recado teu?