17/07/2008

Poesia na Madrugada

Esses versos cheios de lirismo do início do século são completamente atemporais. Expressam mesmo em dias de modernidade, valorização do tecnológico e amores fulgazes e banalizados que o amor ainda inspira, que poesia ainda comove e que pessoas que amam ainda se confortam com poesias atemporais como essa. Deleite-se, poesia também é uma boa leitura.
"Ouve estes versos que te dou, eu
os fiz hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
eu farei versos...e serei feliz...
E hei de faze-los pela vida afora,
versos de sonho e de amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura são
versos meus, mas que são teus também...
Sozinha, hás de escuta-los sem ninguém que
possa perturbar vossa ventura...
Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revive-los nas
lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...
Se nesse tempo eu já tiver partido e
outros versos quiseres, teu pedido deixa
ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá novamente, então tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os versos de amor que ainda te dou."

Poema de JG de Araújo Jorge do livro "Meu Céu Interior" – 1934

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