22/03/2008

Entre Sofás e Croissants

Desculpem-me o trocadilho ínfimo, mas sábado e domingo são os dias oficiais para literalmente se cair de boca no pecado da Gula.

Não sou o que se pode chamar de mestre cuca, e meus dotes culinários suprem apenas o básico e necessário para não morrer e não matar a família de fome. (salvo alguns raríssimos pratos que faço com louvor e alguns ainda mais raros momentos de inspiração culinária)

Por isso amo fim de semana, pois sei que nesses dias não tenho que travar uma batalha com o fogão, panelas e temperos.

Hoje fui num restaurante italiano que resolvi chamá-lo de Kinder Ovo pelo fato de por fora pecar pela simplicidade e mesmice do branco e de cores italianas, mas por dentro... aha! surpresa!!

Um local pra lá de acolhedor, que ao invés de cadeiras senta-se em confortáveis sofás, com vários ambientes, cada qual mais aconchegante, apesar da decoração já estar um tanto quanto surrada.

Sentamos na parte central; o que primeiramente era uma área aberta dentro da estrutura da casa e que virou um lounge com teto transparente, jardim de inverno e cortininhas na cor ocre presas em varas de bambu, tudo decorado de um modo meio displicente, é ai que está todo o seu charme.

O restaurante estava cheio e nós éramos os únicos estrangeiros do local, mas nem por isso deslocados ou acanhados. O que me leva a crer que a brasileirada ainda não descobriu as maravilhas daquele restaurante, confesso que até prefiro assim, mas isso é um outro assunto.

A comida italiana estava ótima, bem variada, mas o que se destacou no cardápio foram os croissants, uma verdadeira obra prima.

Nada melhor depois de saciada a fome, deliciar-se com um croissant macio, perfumado, no ponto e novinho. Juro que me senti em estado de graça, fechava os olhos e não conseguia parar de elogiar e suspirar enquanto comia (tanto que meu filho provou só para imitar o jeito que eu comia...) mas tudo bem, não dei bola para o deboche e continuei me apaixonando por aqueles croissants a cada mordida que dava. Eram perfeitos. Dignos de se comer ajoelhada.

Minha vontade foi de ir até a cozinha e dar um beijo no chef. Óbvio que não fiz.

Minha memória afetiva veio à tona. A última vez que me lembro de comer esses maravilhosos folheados feitos de forma tão perfeita foi no falecido restaurante francês Le Cap Ferrat, em Porto Alegre. Um minuto de silêncio por ele...

Depois de me perder sem salvação no meu pecado capital, ficou a vontade de voltar no Kinder ovo, que também atende por Gioia Mia. Realmente uma preciosidade.

Vie longue aux bons restaurants!

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