09/09/2008

Sobre os Responsáveis disso Tudo

Já que o dia do terremoto que vai levar tudinho tá chegando (kkkkk) não poderia deixar meu bloguito para a posteridade sem falar dos culpados por tanta originalidade (bobagem) reunida em um único ser; meus pais.
Já falei aqui da minha mana linda e tão pirada, digo autêntica como eu. Agora chegou a vez dos véio.
Minha mãe é uma lady com todas as letras maiúsculas. Mulher de aparência frágil mas com alma de leoa. Decidida e extremamente educada, nunca perde a classe e tentou até não poder mais passar isso para suas filhas. Conseguiu, pois somos educadas e nunca perdemos a classe como ela, mas somos ladys lado B, com todo nosso orgulho e um certo desapontamento dela.
Nunca vi minha mãe bater boca, reclamar de alguma coisa errada (o que eu odiava com toda a intensidade do meu ser) ou fazer valer seus direitos. Até hoje segue sua filosofia "pagar pra não me encomodar" e "comigo só erra ou engana uma vez"; tudo isso na maior classe e sem borrar a maquiagem.
Talvez meu lado explosivo ( que tem a ver com meu pai também) e o lado mais extrovertido tenham se desenvolvido desde a infância por presenciar alguns espertos passarem a perna nela e a mesma agüentar e reclamar só em off.
Com ela aprendi a amar ao próximo indiscriminadamente, herdei a generosidade, o amor pelos animais, a sede de justiça, a ser cautelosa e boa dona de casa (quem diria!, segundo ela).
Ela diz que sou igual a meu pai no gênio. Ele diz que sou igual a minha mãe na teimosia. As pessoas dizem que sou uma mistura exata dos dois. E eu achava até os 10 anos que tinha sido trocada na maternidade.
Família. Cada um com a sua.
Já meu pai, eu realmente me acho mais parecida com ele em personalidade (por que como mãe sou a minha, talvez um pouco melhorada). Talvez por que eu e ele adoramos falar e isso sempre rendeu muitas e boas conversas. Temos uma maneira parecida de lidar com as situações.
Dele herdei a coragem para encarar a vida e as pessoas, o amor pelas viagens, pelos livros e pelos estudos, o espírito de aventura e a humildade sem submissão. No passado tivemos uma fase amor e ódio que o tempo tratou de corrigir, por que é impossível que duas pessoas tão parecidas vivam em paz ininterruptamente.
O que eu sei é que a medida que envelhecemos nos tornamos mais parecidos com nossos pais. Tudo aquilo que eu não gostava e meus pais me obrigavam a fazer, comer, vestir ou agir e que me fazia levantar a bandeira da independência infantojuvenil e proferir o discurso de que jamais faria igual quando tivesse filhos e tralálá que todo rebelde sem causa fala, me vejo hoje repetindo e aplicando em meus filhos.
Quando disse isso à minha mãe por telefone, ela deu uma risada (daquelas de reconhecimento que toda a mãe espera dar um dia) e me disse apenas: - Viu?
Sim, por que minha mãe não é uma mulher de muitas palavras. Apenas as necessárias e na hora certa. E de certa forma também sou assim. Embora também tenha o lado matraca herdado do meu pai.
É realmente uma delícia voltar meu filme mental e constatar que me transformei em quase tudo que meus pais desejavam e almejavam pra mim.
Herdei valores, fui a luta, me formei, não disvirtuei muito do caminho(também tive minha fase Rê Bordosa, mas abafa o caso), consegui quase tudo que desejei e ainda por cima, casei e tive filhos! (e isso eles já davam como caso perdido, era pedir demais).
Eu sei que eles nunca se conformaram por eu ter interrompido minha carreira e futuro brilhante no Brasil para me mandar pra terra dos olhinhos puxados, mas isso serve para que eu os admire ainda mais por suas melhores qualidades: minha mãe por respeitar minhas decisões e meu pai, por sempre incentivar meus sonhos.
Assim como também sei o tamanho do orgulho que eles têm por mim justamente por ter me transformado no que sou, corajosa e determinada sem esquecer da doçura e dos valores que aprendi com eles. Acho que fiquei a mescla exata deles, e agradeço muito por isso.
Essa é minha família. É por eles que meu coração chora, sente saudades, grita, pede colo e me faz ser sentimental. Nada como a distância pra constatar diariamente a falta que eles me fazem.

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