03/09/2011

Voltando devagarito no más...

Bueno, não vou tentar justificar meu hiatus, além do trampo que tá puxado e do lerê lerê de todo dia, estávamos de férias.
E aqui, férias de Agosto significa praia ou ar condicionado no talo, para aguentar o calor senegalês e melequento daqui.
Mas até pra curtir a praia é preciso sofrer, e isso significa sombra SEMPRE, óculos de formiga Atômica, luvas japa anti UV até o sovaco e chapéu de abas, filtro solar 50 e BB cream pra dar uma reforçada.
Fora o fato de parecer um ET encapotado em pleno Saara ou um bandido caricaturado, é uma cena que tem múltiplas interpretações. Vamos à elas:

Para brasileiros que nunca foram para o outro lado do globo, eu sou uma louca retardada e ridícula; imagina! ir para a praia ou pra qualquer lugar que não seja o manicômio desse jeito!

Para brasileiros que moram  acima da linha do Equador, eu sou normal, talvez um pouco exagerada, mas entendem por que o sol acima da linha imaginária não é uma miragem.

Para toda a sorte de asiáticos eu passo batido, afinal, sou apenas mais uma na multidão. Pensem num lugar em que as mulheres se cobrem no verão como múmias... eu moro nele.
Para mim, é a única maneira de não abrir mão da praia no verão. Ou melhor, de sair na rua no verão.

Levou 39 anos pra eu cair na real de que o sol não é meu amigo. No máximo um conhecido invejoso que me detesta e faz de tudo pra me derrubar.
As pessoas produzem melanina em maior ou menor quantidade. Eu sou dona dos direitos autorais e ela (melanina) criou um apego muito forte comigo, de tal modo que QUALQUER solzinho que seja, elas vem todas pra fora tomar um bronze e depois se recusam de voltar pra dentro. Resultado: pintas e manchas.

Esse é o preço que pago por nunca ter cuidado da minha pele, e também por morar num lugar que com certeza fica bem embaixo do furo da camada de ozônio. Apesar das sardas que se reproduzem mais que bactéria em salada de maionese, meu total descaso ao longo dos anos não foi tão destruidor assim. Minha pele tá boa e é por isso que preciso me mumificar no verão, pra depois não ter que gastar os tubos com tratamento.
Já chega a insolação e queimadura de 2ºgrau que ganhei na última ida ao Brasil.
Foi algo tipo, gringo que tá acostumado com o frio e quando vê o verão do Brasil se joga achando que tá no paraíso em terra.
Então... Comigo foi assim.
Cinco anos sem pegar sol, quando cheguei lá no verão, decidi que merecia um bronze e quarei no sol caminhando na praia que nem beduíno no deserto. Quando me dei conta de que já havia andado duas praias além da minha casa, bateu o desespero de voltar tudo a pé no pico do sol.
O resultado já disse acima. Fora isso, ganhei um melasma amigo escrito ¨lembrança do verão do Brasil¨ que luto até hoje, 3 anos depois, pra extingui-lo de mim.
Só não deprimi por que ele não é grande e é leve.
Mas o preço do laser pra tirá-lo me deprimi até hoje.

Mas como tudo passa nessa vida, esse verão tá acabando com a graça de Senhor!! kkkk
Quem ama o sol que me perdoe, mas verão é bom só em foto de praia paradisíaca.
E só é melhor se eu estiver na foto, caso contrário, eu odeio verão.
Com todas as minhas forças, filtros solares e aparato anti UV.

Sou feliz por só ter que aturá-lo -embora intensamente- durante 3 meses.  O resto do ano é um frio amigo, aconchegante e camarada.

Posso ser malhada em praça pública, mas não consigo entender o que tem de bom em ficar melada, suada, levar 150000 picadas de mosquito em qualquer lugar que se vá, aguentar o grito desesperado e ensurdecedor das cigarras até de madrugada, não conseguir dormir direito nem com ar condicionado, ficar com as mãos e pés inchados como donnuts quando saem do forno e ter a pressão arterial tão baixa que não se tem nem forças para juntá-la...
Definitivamente, não sou um ser solar.


Miss Yang sonha em viver num lugar onde só existam duas estações: Primavera e Outono.
Se alguém tiver conhecimento, mande email certo.

3 comentários:

  1. CLAPS,CLAPS.
    Tenho duas notícias, uma boa outra ruim.
    A ruim é que segundo estimativas científicas o sol deve continuar brilhando por mais, pelo menos, uns 5 bilhões de anos. Então, paciência!
    A boa é que você pode remediar o calor nipônico com um sobá, soumen ou sorvete de pumpkin. rs...
    :')
    Joe
    Toyota-shi

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  2. Joe, lamento te desapontar, mas eu não gosto de sobá, soumen nem sorvete de pumpkin...
    Dá pra ser sorvete de coisas normais? E nessa minha limitação gastronômica, vou ficando com água gelada e 3 pedras de gelo ever.

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  3. “Coisas normais”.
    Puxa isso me levou longe!
    Podem ter um significado diferente de pessoa pra pessoa, ambiente ou tempo. Era normal acender um cigarro enquanto se esperava o bus no ponto e tão anormal ver duas meninas trocando beijos carinhosos enquanto as próprias também esperavam o ônibus. Caramba! Um dia o mundo inteiro pode vir a se curvar diante do idealizador do sorvete de pumpkin, inclusive as duas garotas do ponto de ônibus.
    Joe

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