29/04/2010

A Insustentável leveza do Sakurá l

Rufem os tambores... trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr....
Hoje é o primeiro dia de férias!!!!!
Tá certo, são apenas 7 dias, o chamado Golden Week, que é a junção de todos os feriados nesse mês. Massssssssssssss, faz parte de 1 dos 3 super feriados aqui do Japão que entusiasticamente denominamos de férias, já que é isso que nos resta como tal.

Bueno, vim aqui para falar de flores.

A tão esperada época dos sakurás chegou e já foi embora deixando saudades. Ela é assim, vem num domingo e vai embora no outro, deixando um tapete cor de rosa nas alamedas que as cercam.


Poderia até dizer que é a analogia perfeita à história do Patinho Feio que não estaria exagerando.
Durante o ano, a árvore do sakurá passa imperceptível, não tem glamour algum e pode-se até dizer que é a árvore do jardim da bruxa malvada durante o inverno, pois seus troncos grossos com galhos secos e retorcidos sem folha alguma mais parecem aquelas árvores dos bosques sombrios das histórias infantis.
Aliás, combina perfeitamente com o inverno tenebroso, sombrio, cinza e menestrel da deprê que é tipico por estes pagos.
Enfim...
Eis que não há mal que dure nem bem que perdure, chega como um resgate divino a primavera, anunciada por um abre alas fulgás que impõem sua presença de tal forma que nem mesmo um ano inteiro é capaz de dissipá-lo de nossa lembrança: o sakurá


Flor símbolo do Japão, é a mais conhecida, admirada e contemplada. Serve como referência poética em todo tipo de manifestação artística; da poesia à ilustração, dos mangás à letras de música, que quanto mais tristes e melancólicas, mais caem no gosto desse povo que ama um drama.
Algumas músicas marcaram tanto que se tornaram uma espécie de hino em ocasiões especiais como formatura, finais de campeonato, entrega de troféus, sinônimos de superação e afins.
Dois exemplos musicais muito famosos por aqui são as músicas (e hinos imortais) de Naotaro Moriyama e do Kobukuro, ambas chamadas Sakurá e belíssimas.
Falando em formatura, todas as escolas, do primário à universidade, têm em seus pátios árvores de sakurás.
Propositalmente, o ano letivo termina e começa na época dos sakurás, onde é tradição pais e alunos tirarem fotos sob as copas rosadas dos sakurás.
Seu fascínio é tão abrangente, que em abril em especial, mas em toda a primavera tudo tem como tema central os sakurás. Propagandas de bebidas, de carros, embalagens de chocolate, de comida, de sabão em pó, encarte de toda a sorte de produtos e empresas, doces, chás, cosméticos, enfim; tudo tem o sakurá ou como pano de fundo, ou como matéria prima.
As prefeituras distribuem através das associações de bairro, três varetas de bambu decoradas com flores de sakurás feitas de papel para enfeitar as entradas das casas (pena que não achei a foto das minhas varetinhas pra postar aqui...)


Sakurá é símbolo de felicidade, prosperidade. É simbolo de renovação, de recomeço e de esperança. É a certeza de que depois de muito tempo envolto na dureza do inverno cinzento, todos os sentimentos ruins e pra baixo trazidos pelo frio vão embora nas pétalas rosáceas dos sakurás levadas pelo vento, deixando a leveza e o perfume suave em seu lugar.
Não há quem resista ao fascínio dessa flor. Não existe uma só pessoa que more aqui que não tire várias fotos dos sakurás todo santo ano. Eu sou uma, e nunca me cansarei de fotografar tanta beleza.

ps: Só para não restar dúvidas, as formas abaoloadas na foto são culpas da calça saruel e da jaqueta grossa por conta do frio. ( ¬ ¬ *)

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