12/09/2008

Comidinha Básica para Kit Terremoto

Queridolhes amigolhes... Hoje é sexta-feira e hipotéticamente falando, é o último dia do resto de nossas vidas nesses arquipélogo , formado por contrastes tão antagônicos que mais parece um mosaico do que outra coisa.
E da mesma forma sugestiva e cheia de antagonismo que resolvi extravazar todo o meu lado Dostoiévski de ser para deixar nessas sarcásticas linhas um pouco mais de alguma coisa confusa.

Se tudo acabar hoje de madrugada, ou manhã depois do café, confesso que será uma decepção em múltiplos sentidos para mim. Digo isso por que falharei como mãe Diná e me darei muito mal (pra não dizer que me f*&$#* do primeiro ao quinto) achando que esse bagaça não iria acontecer. Sem contar que isso será muito ruim para meu currículo e início de carreira na arte adivinhativa-premunitória. (mais uma carreira de sucesso que acaba antes mesmo de começar...)

Pensando no lado prático da coisa, também estarei ferrada, por que nessa de descrença, não estoquei nada do que deveria (diga-se comida) e isso realmente é péssimo. Na prática, se eu não morrer no terremoto, morro de fome; por que eu moro no Japão mas DETESTO comida japonesa (béérgh). Por que o espanto? Tem muita coisa que eles comem aqui que dá um medo danado só de olhar, imagina botar na boca! Cruzis...

É verdade, sou MUUUUUIITO CHATA com comida e não como verdura e legume nem sob tortura, quem dirá coisinhas vivas, podres (o natô nada mais é do que soja fermentada - podre mesmo) e ovas de outros seres (não comeria nem as minhas pra ser sincera. Ops! Eu tenho ovas?)

Enfim, esse é um grande problema a ser enfrentado. Outro grande problema será salvar meus cães. Nossa, só de pensar neles aqui sozinhos sem poder ir para a área de refúgio fico em pânico! Nunca li nada a respeito sobre o procedimento com animais domésticos. Só sei que nos abrigos ficam as pessoas e seus objetos pessoais indispensáveis, mas seus bichinhos, que também são da família e obviamente indispensáveis, ninguém diz nada.

Já decidi, os meus vão comigo aonde quer que eu vá. Mesmo que para isso minha área de refúgio pessoal seja dentro do carro. Minha fidelidade à eles é maior que a que tenho por algumas pessoas (pessoas vacilam, cães não). Tenho certeza que se fosse o contrário eles não me abandonariam, já demonstram isso diariamente, que dirá numa situação calamitosa.

Dizem, não sei se é verdade, que o governo brasileiro manda aviões da força aérea resgatar brasileiros residentes em áreas de desastre natural mundo afora (se alguém puder me confirmar essa informação). Se for verdade, pelo menos saberemos que com passagens não precisaremos nos preocupar, até por que, não terá necas de bancos abertos e se tivesse também, não iria fazer a menor diferença, por que meu saldo bancário tá mais vazio do que cabeça de porongo.

Ok, decidido já o local de refúgio alternativo (o oficial é na escola do bairro, onde ficará o resto da minha família), a maneira de voltar pro Brasil (ou não, pelo menos de início... de repente o estrago não é tão grande e não posso esquecer que tenho uma casa aqui. Já pensou se alguém invade meu latifúndio?) Ainda resta a questão alimentícia da pessoa aqui (por sorte a família não é tão chata pra comer como eu), acho que ficarei só no arroz, no leite e nas frutas oferecidas pela ajuda (em todas as cidades existem lugares onde são guardados comida, chá, água, colchonetes e cobertores para as vítimas de catástrofes), o que será ótimo pra enxugar o corpitcho e finalmente voltar a ser magra.

Antigamente minha preocupação era também com meus cigarros... Como ficar sem eles? Só esse ítem na época renderia um post individual . Mas, não sei como consegui, isso faz parte do meu pretérito imperfeito e agora posso neurotizar com outros detalhes (ir)relevantes de total importância para meu ser. Abaixo, coloco a foto de algumas coisinhas alimentícias (ou não) que fazem parte desse meu universo particular e que não consigo imaginar a vida sem eles. Bem queria que fizessem parte do kit primeiros socorros, não iria ser tuuudo????

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