Sábado foi níver da yuyu. Por conta de tudo que acontece nesse arquipélago, não me sinto a vontade de fazer grandes comemorações. Mas ela é criança, fez 7 anos, entende o por que de não ter festa, mas não abre mão do presente. Justo, afinal de contas, no micromundo dela, não existem tragédias.
O Lo foi acampar com o grupo de escoteiro e não pôde participar da festa particular da irmã, que teve cakes gostosinhos e o tão falado chandelier do quarto (comprado antes da tragédia e devidamente escondido) que lhe causava insônia de tanto querer. Ela amou, eu fiquei aliviada e surpresa com a maturidade da minha caçula e felicidade dela com tão pouco. Me sinto com a sensação de dever cumprido, ao menos no que se refere no repasse de valores. É bom saber que nossos filhos entendem quando se diz "não" e o por que do não. Abaixo, fotenhos da house party:
Essa caixa fowfa é a uma das embalagens da patissérie. Carinho e delicadeza com o cliente, marca registrada do Japão. |
Yuyu era só sorrisos por ter ganho seu chandelier (lustre estilo de princesa). Fico devendo a foto... |
Doces para comer com todos os sentidos apurados. Impossível não praticar nenhum pecado capital... |
filho disse: "Não precisa ter festa, mas uma fotinho só mamãe!" - Ok, vc venceu... mas só uma!! |
E hoje, é meu aniversário.
Por motivos óbvios, não quero festa nem presente, doarei o valor de um bom presente para as vítimas. Isso me faz sentir menos culpada por estar vivendo sem muitas privações, além de me parecer o mais correto a ser feito.
Apesar da calma aparente, de minha região não ter tido muitas alterações na rotina e do abastecimento nos supermercados estar voltando ao normal, a ferida viva ainda hemorrágica do nordeste está lá, todas as manhãs no noticiário, para nos lembrar que ainda não acabou.
E enquanto não acabar, acho sensato economizar em supérfluos, economizar em grandes comemorações e tal. Não que a vida tenha que parar por que muitos sofrem, não é isso; mas pelo menos ter o bom senso de que as coisas mudaram e que AINDA tem gente com fome, sede, frio e sofrendo pelos que sumiram.
Pensem o que quiserem de mim, mas eu simplesmente não consigo viver numa boa e ignorar este fato.